Escola bilíngue: como funciona e as vantagens

No contexto mundial atual, a capacidade de se comunicar em mais de uma língua é uma habilidade cada vez mais valorizada. Dentro dessa perspectiva, as escolas bilíngues têm ganhado destaque como uma alternativa que potencializa o currículo tradicional.

Mas, o que exatamente caracteriza uma escola bilíngue e como esse modelo educacional pode contribuir desde o desenvolvimento cognitivo até a preparação para um mercado de trabalho?

Entenda mais abaixo!

O que é uma escola bilíngue

Uma escola bilíngue é uma instituição de ensino onde o currículo é ministrado em duas línguas de instrução, proporcionando uma educação integrada e abrangente.

No entanto, para ser considerado uma escola bilíngue, não basta apenas oferecer aulas em outro idioma de forma isolada. É imprescindível utilizar metodologias que estimulam o trabalho interdisciplinar, utilizando o inglês (ou outra língua adicional) como um meio de instrução.

Além disso, segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Plurilíngue no Brasil, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2020, o ensino da segunda língua deve envolver além do aspecto linguístico e gramatical, “os processos sociais e culturais de interação que enriquecem a internalização e propiciam maior domínio da língua”.

É importante entender que ele não deve ser tratado como uma disciplina comum da escola, mas sim estar integrado na rotina do aluno.

Quais as vantagens de uma escola bilíngue?

Entre as principais vantagens de uma ensino bilíngue estão:

Desenvolvimento cognitivo:

A aprendizagem de um novo idioma é uma experiência que estimula o cérebro de diversas maneiras. Os estudantes são expostos a novos sons, estruturas gramaticais e vocabulários, exigindo esforço e concentração contínuos. Esse processo de imersão linguística não apenas enriquece o conhecimento, mas também fortalece as conexões neurais, promovendo a plasticidade cerebral.

O constante alternar entre sistemas linguísticos – a língua materna e o segundo idioma – ajuda a criar flexibilidade cognitiva. O desenvolvimento dessa habilidade permite que os alunos se ajustem mais facilmente a variados cenários e contextos, aprimorando a capacidade de lidar com os desafios de uma sociedade globalizada e interconectada.

Integração cultural:

O ensino bilíngue não apenas melhora a experiência educacional dos alunos, mas também os capacita a serem cidadãos globais. Esse modelo educacional permite que os estudantes compreendam e valorizem a diversidade cultural, incentivando a troca de experiências e o enriquecimento mútuo. Dessa forma, os alunos desenvolvem habilidades de comunicação, constroem uma identidade étnica, aprimoram o pensamento crítico e cultivam o respeito pelas diferenças.

Desenvolvimento socioemocional

Ao aprender diferentes conteúdos em dois idiomas, o aluno adquire maior facilidade de estabelecer conexões com aquilo que vive no seu dia a dia. Desta maneira, as palavras funcionam como um caminho para os alunos expressarem suas ideias, opiniões e sentimentos.

Além disso, o bilinguismo pode promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais importantes, como a empatia e a resiliência. Essas experiências enriquecem o repertório emocional e social dos estudantes, preparando-os para interações mais significativas e colaborativas no futuro.

Preparação para o futuro

A integração da língua adicional ao currículo proporciona aos estudantes vantagem competitiva no mercado de trabalho. Ao aderir ao bilinguismo, a escola assume o papel de formador integral do aluno e o coloca em condições de obter melhores oportunidades de trabalho.

Há estudos que evidenciam que pessoas que dominam um segundo idioma possuem maior capacidade em atuar em multitarefas e maior adaptabilidade em atuar em diferentes contextos de trabalho. 

garoto estudando em sala de aula

Escola bilíngue e solução bilíngue na escola: quais as diferenças

Na escola bilíngue a instituição trabalha integralmente dedicada ao ensino em duas línguas, onde todo o conteúdo é ministrado abrangendo os dois idiomas. Nesse modelo o aluno desenvolve fluência em ambas as línguas de forma integrada.

É necessário, ainda, que pelo menos 30% da carga horária curricular sejam dedicadas à instrução em inglês. Os professores que ministrarem disciplinas em inglês devem ter formação em licenciatura, curso de extensão reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) com pelo menos 120 horas em educação bilíngue e certificação de padrão internacional de no mínimo B2.

Já a solução bilíngue possui uma abordagem mais flexível e específica para incorporar elementos de um segundo idioma nas disciplinas básicas do currículo.

Nesse caminho, o aluno tem a oportunidade de, a partir da aprendizagem do novo idioma, aperfeiçoar os conteúdos trabalhados na língua materna. Para isso, a escola deve estar comprometida com um ensino multicultural, inovador e, acima de tudo, confiar no processo de aprendizagem e aquisição de uma nova língua.

A solução bilíngue é um ótimo caminho para expandir portas para a escola tradicional, tornando o ensino mais atualizado e atrativo.

Como trazer soluções bilíngues para sua escola

Para fazer a transição do ensino tradicional para o bilíngue, a escola deve escolher soluções que se encaixem ao seu perfil e a cultura escolar, alguns pontos devem ser considerados:

  • Construção de um universo bilíngue

É necessário ampliar as possibilidades para o aprendizado. Metodologias ativas, a abordagem CLIL (Content and Language Integrated Learning, ou Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem) e trilhas gamificadas incentivam o engajamento e o aprendizado dos alunos.

  • Projetos interdisciplinares

Desenvolva projetos e atividades que envolvam outras áreas do conhecimento, proporcionando a oportunidade de aprimorar habilidades linguísticas por meio de conteúdos relevantes que realmente favoreçam a comunicação. Eventos e feiras que destaquem culturas associadas ao segundo idioma, auxiliam na compreensão mais profunda, promovem um maior interesse pela língua.

  • Formação de professores

Aposte em uma solução que promova a formação contínua e o desenvolvimento dos docentes, garantindo que estejam preparados para ministrar aulas de excelência, com programas de formação específicos em educação bilíngue, que abordem metodologias, estratégias de ensino e avaliação.

O ideal é que a escola combine diferentes formas de avaliação para obter uma visão integral do estudante. No bilinguismo, isso é crucial, pois aprender um segundo idioma envolve várias áreas de conhecimento e não pode ser avaliado somente por provas quantitativas.

Além do conhecimento da língua, outros benefícios devem ser considerados. Os docentes devem monitorar o desempenho e a evolução ao longo do tempo para identificar áreas de dificuldade e planejar ações para superá-las.

A partir dos pontos levantados é possível afirmar que além a adoção do bilinguismo no contexto escolar promove inúmeros benefícios que englobam não apenas a formação curricular, mas que sobretudo trazem benefícios que extrapolam o espaço da sala da aula e da escola.

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