O uso variado dessas linguagens atende a uma das competências de Língua Inglesa da BNCC, amplia o acesso ao conhecimento e promove o engajamento dos alunos
Um dos principais debates atuais no setor educacional é sobre o uso de tecnologia da educação em sala de aula. No caso da aprendizagem de uma língua estrangeira, ferramentas interativas, plataformas de e-learning, vídeos, podcasts, aplicativos e games, entre outros recursos, promovem a prática constante e diversificada, facilitando a imersão e a fluência.
“Há tempos, o ensino de idiomas mudou”, afirma Cinthia Soares, assessora pedagógica da Eduall. “Em busca de uma educação significativa, aprender uma nova língua transformou-se em um processo mais amplo do que aprender estruturas gramaticais e decorar tempos verbais e vocabulário”, complementa.
Atendendo às demandas de aprendizagem das novas gerações, ensinar inglês, segundo ela, tem como objetivo formar alunos globais, que entendam o alcance de seu papel no mundo, que conheçam e respeitem diferentes culturas e que consigam extrapolar limites geográficos. “Por isso e para isso, as mídias impressas e digitais têm papel fundamental.”
A importância das mídias impressas
Um projeto denominado “E-read”, realizado com a participação de mais de 200 professores universitários de toda a Europa, buscou descobrir se o formato dos textos afeta a capacidade de leitura. A conclusão de grande parte dos estudos envolvidos foi que as pessoas que leem um livro impresso conseguem entender melhor e lembrar mais facilmente da história do que as que leem a mesma obra de forma digital.
Cinthia acredita que as mídias impressas, como jornais, revistas e quadrinhos, podem e devem ser usadas em sala de aula, porque trazem informações atuais e relevantes do idioma-alvo de uma maneira mais visível e concreta. “Nelas, os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio entendem melhor o gênero textual, as expressões usadas naquele contexto e as escolhas linguísticas feitas. Eles podem até mesmo confeccionar o próprio jornal para compreenderem a estrutura do veículo.”
Os alunos da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental também se beneficiam do uso de revistas e quadrinhos. Eles podem interpretar os desenhos e criar, com a ajuda do professor, seus próprios diálogos e tirinhas — e quem sabe até colocá-las no jornal escolar dos alunos mais velhos. Também é possível fazer uma peça teatral de alguma história de que gostaram.
A assessora também destaca que o uso desse tipo de mídia aprimora muito mais do que o vocabulário e a gramática, ao desenvolver habilidades de comunicação, trabalho em grupo e organização mental e espacial.

Mídias digitais e engajamento
A pesquisa TIC Kids Online, do Comitê de Gestor da Internet no Brasil, demonstrou que 92% da população entre 9 e 17 anos é usuária de internet no Brasil, e que o celular é o dispositivo mais utilizado. “As mídias digitais tomaram nosso cotidiano, nossos planos de carreira, nossas escolas”, comenta Cinthia.
“Se adultos que não nasceram na era digital são tão dependentes delas, o que poderíamos dizer sobre os alunos que nasceram cidadãos digitais?”
Ela considera que é preciso haver, por parte do corpo docente da escola, uma desmistificação do uso de tecnologia da educação no ambiente de ensino.
“A grande vantagem de usar mídias digitais no ensino de inglês é o interesse dos alunos. Quando trazemos para dentro da sala de aula algo que eles sabem como usar, gostam e estão familiarizados, a aprendizagem ganha significado e isso aumenta o engajamento na aula”.
Diferentes propostas podem ser usadas de acordo com a idade dos estudantes. A especialista sugere para os alunos mais velhos a discussão sobre os benefícios e malefícios da exposição nas mídias, a criação de modelos de negócios, o estudo de como as redes sociais podem contribuir para o crescimento de uma empresa e a reflexão sobre as diferentes profissões que surgiram e surgirão por conta do avanço tecnológico digital.
As crianças dos anos iniciais do Fundamental podem ser instruídas a brincar com uma infinidade de jogos online em inglês, além de criar seus próprios jogos. “Elas também podem fazer postagens nas redes sociais em inglês para os eventos escolares, por exemplo”, cita Cinthia. As possibilidades são grandes, e os próprios alunos podem dar outras sugestões.
Mídias e acesso ao conhecimento
A segunda competência específica de Língua Inglesa na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enuncia: “comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do protagonismo social”.
Nesse contexto, Cinthia explica que a Eduall trabalha com ambas as formas de mídia e que os livros, virtuais ou impressos, foram desenhados para contribuir com o amadurecimento do aluno global, respeitando o desenvolvimento cognitivo de cada faixa etária.
“Eles foram pensados para promover um aluno que não sabe apenas dizer qual é seu nome em inglês, mas sabe também dizer quais são seus sonhos, de onde vieram e para onde vão”, aponta a assessora pedagógica.
Os livros com abordagem CLIL (Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem) trazem assuntos atuais da agenda da Organização das Nações Unidas (ONU), como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e sugerem projetos práticos a respeito de temas como mobilidade, tolerância, cultura e tecnologia.
“As competências de criatividade, pensamento crítico e capacidade de resolver problemas reais do mundo são amplamente desenvolvidas nos materiais da Eduall, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio”, completa.
Os assuntos atuais, projetos e exercícios, de acordo com Cinthia, tiram os alunos do senso comum e os convida a expandir o próprio pensamento a respeito do mundo e de si mesmos. “Ao fazer essas práticas em inglês, o idioma se torna real e fundamental, parte de quem os alunos são e do que acreditam.”