5 estratégias para corrigir erros sem desmotivar alunos

Ensinar envolve orientar, incentivar e, inevitavelmente, corrigir. Mas a forma como o professor aponta um erro pode transformar completamente a experiência de aprendizagem, principalmente quando utiliza um sistema bilíngue. Quando a correção é feita com sensibilidade, estratégia e clareza, o erro deixa de ser um obstáculo e passa a ser uma oportunidade de crescimento. 

No contexto bilíngue, onde muitos alunos sentem insegurança ao falar inglês, esse cuidado é ainda mais importante.

Neste post da Eduall Solução Bilíngue, você vai conhecer maneiras práticas de corrigir sem desmotivar, fortalecendo a confiança, a autonomia e o progresso dos estudantes.

Como dar feedbacks aos alunos?

Dar feedback é uma arte. Ele deve ser concreto, gentil e orientador. O objetivo não é apenas mostrar o que precisa ser melhorado, mas também explicar como melhorar.

Uma boa prática é equilibrar pontos positivos e pontos de atenção. Quando o aluno percebe que seu esforço é reconhecido, ele se sente mais aberto para ouvir a correção. Além disso, feedbacks devem ser imediatos sempre que possível, para que o estudante associe a orientação ao momento de aprendizagem.

Outro ponto essencial é adaptar o feedback ao nível emocional e cognitivo de cada aluno. Alguns precisam de mais encorajamento, enquanto outros se beneficiam de direções mais diretas. O importante é sempre manter o olhar pedagógico e o respeito pelo ritmo individual.

5 estratégias para corrigir erros sem desmotivar alunos

Quando o aluno entende que o erro é um indicativo do caminho que precisa percorrer, e não um sinal de incapacidade, ele se mantém motivado, curioso e aberto ao aprendizado. Isso exige intencionalidade, sensibilidade e estratégias práticas que facilitem a comunicação entre professor e estudante. 

É justamente nesse ponto que entram as abordagens que veremos a seguir: técnicas simples, aplicáveis em qualquer disciplina, que ajudam a manter o aluno engajado e confiante, mesmo quando ele erra.

1. Use a correção como uma conversa, não como punição

A forma como o professor se comunica determina como o aluno recebe a correção. Em vez de apontar o erro diretamente, transforme a correção em um diálogo. Pergunte: “O que você acha que aconteceu aqui?” ou “Vamos revisar essa parte juntos?”. Isso reduz o medo, aumenta o senso de autonomia e mostra que o professor está ao lado do estudante, e não em posição de julgamento.

Esse tipo de abordagem cria um ambiente emocional seguro, fundamental para que os alunos se arrisquem, participem e aprendam mais profundamente.

2. Destaque o que o aluno acertou antes de corrigir o que precisa melhorar

A técnica conhecida como feedback sanduíche é clássica, mas extremamente eficaz:

  • Primeiro, reconheça um acerto.
  • Depois, explique com clareza o ponto que precisa ser corrigido.
  • Por fim, reafirme a capacidade do aluno de melhorar.

Quando o estudante percebe que não errou “tudo”, mas apenas um trecho ou conceito, ele mantém a confiança. Além disso, esse tipo de feedback fortalece a autoestima e reduz a ansiedade em relação às próximas atividades, especialmente importante em ambientes bilíngues, onde erros são mais frequentes durante a aquisição da nova língua.

3. Corrija em etapas, orientando o raciocínio do aluno

Em vez de entregar a resposta pronta, conduza o aluno para que ele mesmo descubra o caminho correto. Isso pode ser feito com perguntas-guia, exemplos adicionais ou retomando conteúdos anteriores. Estimular o raciocínio ativo, e não a memorização, torna a correção um momento de crescimento cognitivo.

Esse método também ajuda o estudante a entender por que errou, e quando o aluno entende o motivo do erro, as chances de repeti-lo diminuem drasticamente.

banner indique uma escola

4. Normalize o erro como parte natural da aprendizagem

O professor pode (e deve) mostrar que errar é comum, esperado e até necessário. Uma boa estratégia é compartilhar erros comuns que outros alunos já cometeram, ou até erros seus quando estava aprendendo algo novo.

Quando o erro deixa de ser um tabu, o aluno perde o medo de tentar. Isso cria uma cultura de aprendizagem contínua, onde o foco está no progresso, não na perfeição imediata.

5. Use diferentes formas de correção, adaptadas ao perfil do aluno

Cada estudante reage melhor a um tipo de correção. Alguns lidam bem com feedback oral, outros preferem anotações discretas no caderno, enquanto alguns aprendem mais com correções coletivas. O professor pode alternar entre:

  • correções individuais;
  • correções em grupo;
  • reescritas orientadas;
  • momentos de autoavaliação;
  • devolutivas multimodais (áudio, vídeo, bilhetes curtos).

Quando a correção respeita o estilo de aprendizagem do aluno, ela se torna mais eficiente e muito menos ameaçadora.

Confira a seguir: Países que falam inglês e suas curiosidades

Exemplos de como corrigir erros sem desmotivar os alunos

Corrigir erros faz parte do processo de aprendizagem, mas a forma como essa correção acontece pode influenciar (e muito) a motivação do estudante. Quando o professor utiliza estratégias sensíveis, positivas e orientadas ao desenvolvimento, o erro deixa de ser visto como fracasso e passa a ser um ponto de partida para avançar.

Para deixar isso mais claro, veja a seguir dois exemplos práticos de como transformar momentos de correção em oportunidades reais de crescimento e confiança.

Exemplo 1: Quando o aluno erra durante uma atividade oral

Imagine que, em uma aula de inglês, a professora pergunta:
“What did you do yesterday?”
E o aluno responde: “I go to my cousin.”

Em vez de corrigir de forma direta (“Está errado, o certo é went”), a professora pode aplicar uma abordagem mais acolhedora e guiada:

  1. Primeiro, reconhece o esforço:
    “Great! You understood the question and gave a clear answer.”
  2. Depois, conduz o aluno a perceber o ponto de atenção:
    “Let’s think together: this sentence is about yesterday, right? So do we use the present or the past?”
  3. O aluno percebe a pista, tenta novamente e responde:
    “Oh… past? So… I went to my cousin?”
  4. A professora reforça positivamente:
    “Exactly! Well done. Now your sentence is perfect.”

Aqui, o aluno corrige o erro com autonomia, sem sentir vergonha ou medo, tendo mais confiança para pensar em inglês. O professor transforma o momento da correção em uma vitória, não em uma exposição.

Exemplo 2: Quando o aluno erra em uma atividade escrita

Um estudante entrega uma atividade de matemática com o seguinte cálculo errado:

30% de 90 = 30

O professor poderia simplesmente marcar como errado, mas usa uma estratégia mais pedagógica e motivadora:

  1. Primeiro, destaca um acerto da linha de raciocínio:
    “Você identificou corretamente que precisava calcular um porcentual. Ótimo começo!”
  2. Depois, faz uma pergunta que leva o aluno a revisar o conceito:
    “Se 50% de um número é a metade dele, 30% deve ser mais ou menos do que a metade de 90?”
  3. O aluno percebe que a metade de 90 é 45, então responde:
    “Menos, né? Acho que uns 27…”
  4. O professor então conclui com apoio:
    “Isso! 30% é 0,3 × 90, que dá 27. Você chegou lá sozinho. Excelente revisão!”

Assim, o aluno não apenas entende o erro, como também aprende o conceito de forma significativa, sentindo orgulho por ter encontrado o resultado correto.

Como lidar com o erro?

Lidar com erros na educação é entender que eles fazem parte do desenvolvimento. Na verdade, quanto mais cedo o aluno aprende a aceitá-los e trabalhá-los, mais preparado estará para desafios reais.

A escola e o professor têm papel essencial nesse processo: criar um ambiente seguro, onde o aluno se sinta confortável para tentar, errar, perguntar e aprender. A cultura escolar deve reforçar que erros não são fracassos, mas pistas sobre onde concentrar esforços.

Quando os educadores tratam erros como oportunidades, os estudantes desenvolvem resiliência, autonomia e autoconfiança, habilidades fundamentais no mundo bilíngue e no aprendizado contínuo.

Leia também: Entenda se vale a pena investir no ensino bilíngue

Conheça a Eduall Solução Bilíngue 

A Eduall oferece uma solução bilíngue completa, pensada para desenvolver competências linguísticas com segurança emocional e metodologias modernas.

Se a sua escola quer implementar um ambiente de aprendizagem mais humano, motivador e eficiente, a Eduall é o caminho ideal para transformar o ensino bilíngue na prática.

banner de captacao

Compartilhar:

Conteúdos relacionados

Alinhamento bilíngue: integrando seu programa à BNCC
Metodologias ativas e bilinguismo
Como implementar uma solução bilíngue na sua escola?

RECEBA A NOSSA NEWSLETTER