A empregabilidade é diretamente afetada pela capacidade de se falar mais de um idioma, sobretudo o inglês. A plataforma de empregos Catho fez um levantamento, em 2021, constatando que um profissional com fluência em inglês pode ganhar em média 83% a mais – um crescimento de 45% em relação à mesma pesquisa feita em 2017, que apontava um aumento salarial de 38%.
O mercado de trabalho exige cada vez mais o conhecimento de idiomas, principalmente porque vivemos em um mundo cada vez mais conectado.
A formação bilíngue, principalmente desde a Educação Básica é um trunfo para o futuro, porque é a porta de entrada para uma colocação profissional.
Demanda por profissionais bilíngues
Ser fluente em inglês, hoje, não é mais um diferencial, mas uma obrigação. Em um mundo cada vez mais globalizado e conectado, os profissionais precisam ter o domínio da língua para conseguirem atuar no mercado de trabalho.
Ao dominar o idioma, os estudantes terão mais chances de conquistarem uma colocação profissional no futuro.
Além disso, a educação bilíngue é um diferencial, ainda mais se observarmos o ensino da língua inglesa no Brasil.
No ranking de proficiência com 112 países, o Brasil fica na posição 60. De acordo com levantamento feito pelo British Council, apenas 5% da população brasileira sabe se comunicar em inglês e, destes, apenas 1% apresenta algum grau de fluência.
Ser bilíngue também é fundamental para estar integrado ao novo desenho das relações internacionais. Principalmente o inglês, porque é o maior instrumento de comunicação entre diferentes povos de diferentes países. Não é uma questão de status, mas uma necessidade para a formação de cidadãos globais.
E quando o assunto é tecnologia, área que tem crescido exponencialmente nos últimos anos, é importante dominar o inglês para entender os conceitos utilizados e poder atuar profissionalmente no setor.
Muito mais do que isso, a educação bilíngue é uma ponte que oferece aos seus agentes a possibilidade de interação com o mundo de maneira integral, o que extrapola as necessidades do mercado de trabalho: formar um cidadão plural, capaz de conhecer novas culturas e com habilidade para lidar com as diferenças.
Vantagens do bilinguismo para a sua carreira
Como já foi dito, ser bilíngue, de acordo com a pesquisa elaborada pela Catho, tem um impacto direto na empregabilidade, além de conferir salários mais elevados para aqueles que dominam um segundo idioma.
O domínio de um segundo idioma deixou de ser um diferencial e virou um pré-requisito em diversas vagas no mercado de trabalho. Segundo o estudo da Page Personnel, empresa de recrutamento internacional, atualmente, 60% das vagas disponíveis pedem fluência no inglês.
Ainda segundo o estudo, a tendência é o idioma ser requisito para profissionais de qualquer nicho de atuação em cerca de 10 anos.
Como destaca Telma Pantano, fonoaudióloga e psicopedagoga master em Neurociência, pós-doutora em Psiquiatria e coordenadora da equipe multidisciplinar do Hospital Dia Infantil – IPqHCFMUSP, “ser bilíngue é ter a mesma naturalidade em outro idioma que temos ao falar a língua materna e isso dá uma estabilização emocional importante. É estar tranquilo para usar a outra língua sem sentir que está mudando uma chave no meu cérebro”, explica.
“Uma pessoa bilíngue é emocionalmente muito mais estável. Se pensarmos em situações empresariais, a estabilidade emocional é muito importante para as negociações, a comunicação efetiva e interação, então, o bilinguismo, sem dúvida, torna-se uma habilidade que te coloca na frente.”
Além disso, na prática, dominar um segundo idioma pode ampliar:
Possibilidade de salário maior
Como existem mais recrutadores precisando de profissionais com o domínio de uma segunda língua do que o contrário, os salários oferecidos tendem a ser maiores.
Não é à toa que a pesquisa feita pela Catho evidenciou que um trabalhador com inglês fluente pode receber pelo menos 38% (no 1º parágrafo fala-se de 83%, não 38) a mais do que quem não sabe uma segunda língua.
Acesso a mais conteúdo
Dominar uma segunda língua implica em ter um repertório mais amplo por ter acesso a conteúdo nos dois idiomas.
No caso de um estudante que passa por uma educação bilíngue, ao ser protagonista de sua formação na busca pelo conhecimento, ele desenvolve também uma série de habilidade(s) socioemocionais fundamentais para o mercado de trabalho.
Chance de trabalhar no exterior
Ao falar um segundo idioma com fluência, o estudante amplia as possibilidades de conquistar um emprego em outro país.
Além das multinacionais, que recrutam profissionais de destaque para atuar no exterior, as empresas de tecnologia abrem diversas vagas para profissionais de diferentes nacionalidades.
A importância de se mostrar um profissional (e cidadão) global e plural
No mundo cada vez mais global e conectado, um segundo idioma permite estar em sintonia com as novas tendências do mercado. Nesse sentido, educação bilíngue tem se mostrado, cada vez mais, importante. Os estudantes têm a oportunidade de aprender e se comunicar em mais de uma língua desde cedo.
Neste processo, crianças e adolescentes que estão na educação bilíngue aprendem a falar, ler e escrever em diferentes idiomas, mas também mergulham em outra cultura, expandem suas perspectivas e se preparam para um futuro profissional global e multicultural.
As vantagens da educação bilíngue são muitas. Além de proporcionar uma compreensão integral da língua, esse modelo de ensino promove o aumento do desenvolvimento cognitivo e da memória, abre mais oportunidades de trabalho, possibilita a fluência desde cedo e permite uma imersão total em outra cultura.
Para a Telma Pantano, fonoaudióloga e psicopedagoga master em Neurociência, pós-doutora em Psiquiatria e coordenadora da equipe multidisciplinar do Hospital Dia Infantil – IPqHCFMUSP, “com o aprendizado de uma outra língua, estamos mais aptos a fazer mais pontes”, o que confere ao estudante uma abertura maior ao novo e ao aprendizado de outras culturas.
“O bilíngue tem mais facilidade de acessar essas rotas referentes a outra língua do que uma pessoa que não tem a mesma formação”, explica Telma. “Como se ele brincasse com a língua, tem uma flexibilidade na conversa, na análise, na compreensão do contexto, da compreensão das questões de fala, entonacionais e melódicas de uma forma muito melhor. Isso tudo traz uma possibilidade de poder modificar o vocabulário, de responder a uma mesma coisa de diferentes maneiras, de entender diferentes respostas que podem trazer diferentes significados implícitos. Essa flexibilização, pensando no mercado de trabalho, traz a possibilidade de lidar com naturalidade com essas questões da outra língua em qualquer cenário ou cultura.”
Um estudante bilíngue é um cidadão multicultural, capaz de compreender e se adaptar a diferentes culturas. Principalmente porque na educação bilíngue o estudante não aprende apenas um segundo idioma, mas faz uma imersão na cultura associada a ele.
Por meio do aprendizado de uma segunda língua, crianças e adolescentes têm a oportunidade de se familiarizar com tradições, gastronomia e costumes desenvolvendo uma mentalidade global desde cedo.
Por meio dessa vivência cultural, os estudantes bilíngues possuem uma visão de mundo mais ampla, prontos a compreender e conviver com as diferenças – ponto cada vez mais importante em um mundo plural.
“Profissional bom se faz a longo prazo”
Ao investir desde cedo na educação bilíngue, as famílias estão não apenas garantindo o aprendizado de um segundo idioma, como estão ampliando as redes neuronais de seus filhos e preparando profissionais muito mais capazes para encarar o mercado de trabalho do futuro.
Um bom profissional se constrói ao longo dos anos e começar a pensar nesse futuro nos primeiros anos de vida não é exagero. A primeira e a segunda infância são as fases ideais para aprender um segundo idioma. A criança consegue aprender com mais facilidade, sem contar que domina a melodia e os fonemas da sua língua conferindo uma fluência, praticamente sem sotaque.
Outra vantagem é pensar que o aprendizado de um segundo idioma desde cedo permite que o cérebro faça uma série de redes neuronais, sendo mais plástico. Assim, uma nova língua contribui até para a memória.
Além disso, uma criança bilíngue desenvolve uma série de habilidades socioemocionais. Ela é mais aberta ao novo, possui uma visão mais plural e inclusiva. Como aprender um novo idioma implica em conhecer novas culturas, a pessoa se torna multicultural e tem uma visão de mundo mais ampla, capaz de conviver com as diferenças.
Ser bilíngue confere também autoconfiança e maior habilidade nos relacionamentos e na comunicação – pontos fundamentais para atuar no mercado de trabalho.
Além de todos esses pontos, no futuro, ao chegar ao mercado de trabalho, esse estudante terá o domínio de um segundo idioma.
A relevância das certificações de idiomas
Para estudar em uma universidade fora do país, principalmente nos Estados Unidos e Reino Unido, o estudante precisa apresentar certificados de idiomas. De olho no mercado de trabalho, ter uma certificação como essa no currículo pode fazer toda a diferença.
Esses exames atestam se uma pessoa consegue se expressar no idioma e se compreende em totalidade aquilo que ouve.
Os mais comuns, em inglês, são o TOEFL (Test of English as a Foreign Language), o Exame de Cambridge e o IELTS (International English Language Testing System).
Os exames de proficiência são exigidos para quem pretende estudar no exterior, seja na graduação ou pós-graduação. TOEFL, IELTS e Cambridge estão entre as provas mais renomadas e aceitas ao redor do mundo para certificar o nível de conhecimento em inglês que uma pessoa possui.
Esse tipo de avaliação é importante para processos seletivos, tanto de instituições de ensino, quanto de algumas empresas.
Isso porque é necessário ter a comprovação de que o aluno ou funcionário tem conhecimento suficiente em inglês para conseguir acompanhar o mesmo ritmo dos colegas de estudo ou de trabalho.
Como qualquer exame padronizado, os testes de proficiência apontam pontos mínimos para que um aluno esteja a apto ao Ensino Superior em inglês. Esses exames avaliam quatro habilidades dos estudantes: Listening, Reading, Speaking e Writing.
Na educação bilíngue, há módulos específicos preparatórios para quem pretende fazer os exames de proficiência, seja para cursar uma faculdade fora do Brasil ou como diferencial no mercado de trabalho.
Ter um certificado também é uma vantagem para quem pensa em seguir a carreira acadêmica. Muitas universidades pedem o certificado para que o estudante possa cursar o mestrado ou doutorado.
Para os profissionais que já estão no mercado, ter um certificado pode alavancar a carreira, uma vez que pode ampliar as oportunidades.
Como desenvolver essas habilidades?
“Não basta apenas conhecer ou ter vocabulário. Falar é uma coisa, mas transmitir o pensamento é outra, por essa razão, começar o quanto antes a aprender outra língua é melhor”, destaca Telma Pantano.
Apesar de não ter um consenso, sabemos que as crianças têm mais habilidade de aprender mais de um idioma com mais facilidade, mas também é verdade que todos podem aprender uma nova língua em qualquer fase.
O ser humano pode aprender vocabulário durante toda a vida. Além de ativar as áreas da memória do cérebro, o que previne a degeneração das células nervosas, isso traz agilidade mental e trabalha a concentração.
Além disso, desenvolve habilidades cognitivas como a percepção auditiva, controle motor, memória semântica e o sequenciamento de palavras.
Um estudo do Centro de Medicina da Universidade de Georgetown mostrou que adultos bilíngues têm mais massa cinzenta no cérebro. Ela está envolvida no controle executivo, um termo para designar competências como atenção e memória de curto prazo.
Estudar outra língua é uma verdadeira academia de ginástica para seu cérebro.
Em alguns países é muito comum que as pessoas falem naturalmente mais de uma língua. O Canadá tem dois idiomas oficiais, o inglês e o francês. Na Suíça, além do alemão, eles falam francês, italiano e romanche.
Assim, falar mais de um idioma não deve ser visto como um “bicho de sete cabeças”, mas como uma ponte para alcançar um novo posto no trabalho e ampliar sua cultura geral.
Como vimos, na educação bilíngue, esse processo é mais fácil. Mas, ao encarar o desfio de estudar um novo idioma, aprendemos algo fundamental para o desenvolvimento da língua e para a vida: aprender com os erros.
Para estudar, além de seguir o planejamento das aulas e material didático, o estudante deve ter contato com áudios nativos. Seja via audiobooks ou séries na TV – basta deixar o áudio e a legenda em inglês.
Também é possível incluir o novo idioma no dia a dia de outras maneiras como mudar as configurações de idioma do celular e ouvir música acompanhando a letra na língua original. Para quem gosta, vale ler livros ou HQs e até interagir com perfis estrangeiros nas redes sociais.
Dessa forma, o estudante percebe que o mundo tem menos fronteiras e que é mais fácil transitar entre culturas. Além de fazer diferença no currículo, saber muitas línguas permite ler obras originais e ter acesso aos estudos e pesquisas mais recentes em sua área.
Ser fluente em um segundo idioma também desenvolve as chamadas soft skills, também valorizadas nos dias de hoje, como:
• Facilidade e interesse em aprender;
• Proatividade;
• Curiosidade;
• Determinação e organização;
• Facilidade para executar várias tarefas ao mesmo tempo.
Fora que aprender outro idioma vai muito além do que saber falar outra língua. É um aprofundamento na cultura, história e hábitos de povos e regiões diferentes.
Conhecer costumes, características e pessoas de outras nacionalidades abre a cabeça para uma visão mais plural do mundo e das pessoas ao nosso redor