Como desenvolver os quatro pilares do ensino de inglês?

Algumas atividades e ferramentas ajudam os estudantes a melhorarem as habilidades de reading, writing, listening e speaking (leitura, escrita, escuta e fala)

Os currículos escolares de língua estrangeira e as propostas pedagógicas de cursos de idiomas devem abordar o desenvolvimento das quatro habilidades do inglês: reading, writing, listening e speaking — ou leitura, escrita, escuta e fala, respectivamente.

Neste blog, vamos explicar sobre as origens e fundamentos dos quatro pilares e citar algumas práticas que podem ser feitas em sala de aula e em casa para aprimorá-las.

Quais são as quatro habilidades do inglês?

As quatro habilidades do inglês podem ser divididas em dois conjuntos. As receptivas, que abrangem o reading e o listening, são responsáveis por fornecer o conhecimento necessário para que o aluno possa compreender a língua estrangeira. Já as produtivas englobam o speaking e o writing, relacionadas à elaboração de frases e à comunicação.

Segundo o artigo “O ensino de língua inglesa: trabalhando as habilidades produtivas”, apresentado no VII Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o trabalho das habilidades receptivas deve formar as bases para o desenvolvimento das produtivas, porque as crianças aprendem a ler antes de escrever e a ouvir antes de falar.

Os autores também apontam que, até meados do século XX, o ensino de inglês como língua estrangeira esteve quase sempre associado à gramática e à tradução.  “Atualmente, é notória uma predileção pela abordagem comunicativa, em que as situações são privilegiadas e a comunicação é o foco do ensino, utilizando-se, para tanto, atividades dinâmicas, que privilegiam a fala, a escrita, a leitura e a audição, associando-as ao ensino gramatical e vocabular, bem como a uma preocupação com as ideias contidas nos textos.”

Assim, o processo de ensino e aprendizagem tem foco maior na prática do que na teoria, e os alunos se tornam protagonistas do próprio processo de aprendizagem. Livia Rodrigues, assessora pedagógica da Eduall, exemplifica como os quatro pilares da solução se relacionam com essa proposta. São eles:

  1. Abordagem CLIL: o Content and Language Integrated Learning (ou Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem) promove a contextualização do que foi aprendido com situações do cotidiano. Isso otimiza a fluência e favorece uma comunicação mais orgânica e fluida.
  2. Gamificação: atividades lúdicas são importantes para animar e engajar os alunos no aprendizado. Eles se tornam mais propensos a participar das discussões em sala de aula e fazer as atividades propostas e, consequentemente, aprendem a língua mais facilmente.
  3. Metodologias ativas: tornar os estudantes agentes de seu próprio aprendizado fortalece também a comunicação entre eles. Ao trabalharem um trecho de áudio ou texto, por exemplo, é possível incentivar o compartilhamento de opiniões e a troca de ideias.
  4. Competências do século XXI: trabalho em grupo, comunicação, capacidade de escuta, interpretação e análise são algumas das habilidades necessárias no mundo atual. Ao aprimorar essas competências em sala de aula, os alunos naturalmente se tornam mais conhecedores da língua.

A assessora reforça que, dentro desses quatro pilares, também são trabalhadas e desenvolvidas as quatro habilidades linguísticas de comunicação (compreensão textual, compreensão auditiva, redação e fluência). “Em nossas aulas, trazemos uma abordagem divertida e comunicativa para desenvolver com qualidade todas essas habilidades.”

professora ensinando ingles para turma infantil

Quatro habilidades do inglês: atividades e ferramentas para desenvolvê-las

Existem algumas técnicas que podem facilitar o desenvolvimento das quatro habilidades. “Com a expertise de cada professor, é possível fazer a escola ser não apenas um local de aprendizado, mas também de prazer e diversão para os estudantes de um segundo idioma”, comenta Lívia. Ela dá algumas sugestões da metodologia Eduall para os docentes:

  • Biblioteca de livros paradidáticos de leitura: a BOOKR é um aplicativo baseado em contação de histórias e oferece experiências de leitura interativas para crianças e adolescentes. Seu uso é atribuído como dever de casa, mas o professor pode trazer atividades complementares em sala de aula para que os alunos explorem melhor o tema da história estudada.
  • Plataforma gamificada: a MentalUP estimula e desenvolve as habilidades cognitivas. Os alunos são expostos a jogos pedagógicos para o desenvolvimento da atenção, da memória, da resolução de problemas, da lógica e de habilidades verbais. São mais de 150 exercícios gamificados.

Mas, para ser fluente em um segundo idioma, o estudo não pode se limitar à sala de aula. É preciso que os estudantes pratiquem o conhecimento em contextos diversos e de modo constante, inclusive no ambiente doméstico. Ao mesmo tempo, nem todos os pais possuem conhecimento linguístico suficiente para se comunicarem em inglês. Por isso, os professores podem pensar em maneiras de instruir responsáveis e alunos a complementarem seus estudos em casa.

A assessora fornece algumas dicas para os professores orientarem os pais e os alunos na prática do idioma:

  • Conversas significativas: em vez de perguntar “o que você aprendeu hoje?”, preferir “o que você mais gostou na aula de hoje?” ou “qual foi a palavra mais engraçada que o professor ensinou?”. Isso trará um ambiente sem pressão e confortável para a criança compartilhar o que ela mais gostou de aprender.
  • Ambiente musical: incentivar os pais a ouvirem músicas em inglês junto com os filhos ajudará os estudantes a reconhecerem melhor os sons e desenvolverem a fluência. Mas é importante lembrar que esse momento é apenas de descontração e exposição ao idioma. Por isso, é preciso evitar perguntas como “traduz essa música?” ou “o que o cantor está falando nessa parte?”. As crianças podem ainda não ter a fluência ou conhecimento necessários para isso, e seu o processo de aquisição de um segundo idioma deve ser respeitado.
  • Livrarias: para complementar a experiência da biblioteca virtual, pode ser divertido fazer um passeio com os filhos em alguma livraria da cidade e explorar livros em inglês para estimular a criatividade. Se os pais não conhecerem o idioma, podem optar por livros ilustrados.

No caso de filhos adolescentes e mais avançados no aprendizado, é possível fazer a leitura de um livro que eles já tenham lido em português na versão em inglês. Outra atividade que os professores podem indicar aos pais é assistir, com os filhos, a um filme, série ou desenho em inglês.

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