Bilinguismo: Fortalecendo as competências do aluno para o futuro

O ensino bilíngue vai muito além de aprender um novo idioma. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), “aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de engajamento e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais estão cada vez mais difusas e contraditórias”.

O documento também informa que “é esse caráter formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões pedagógicas e políticas estão intrinsecamente ligadas”. No âmbito pessoal e social, os estudantes bilíngues desenvolvem habilidades como empatia, comunicação e liderança. “Os alunos têm a dimensão do seu lugar no mundo, já que o trabalho com a língua inglesa perpassa por eixos como cultura e globalização”, afirma Evelyn de Marchi, gerente pedagógica bilíngue da Eduall, da SOMOS Educação.

Em relação à jornada acadêmica do estudante, estudos veem uma significativa diferença entre cérebros de crianças bilíngues e monolíngues, indicando maior facilidade na aprendizagem de outros conteúdos curriculares. “Por estarem em constante transferência de um código para outro, elas têm maior habilidade de bloquear distrações, reter a atenção e priorizar, analisar, focar e organizar a informação”, completa Evelyn.

Outros benefícios do bilinguismo

Aprender um novo idioma trabalha diversas competências que contribuem para o desenvolvimento acadêmico e cultural dos alunos. A própria BNCC direciona seis competências alinhadas ao ensino da língua inglesa:

1. Identificar o lugar de si e o do outro em um mundo plurilíngue e multicultural, refletindo, criticamente, sobre como a aprendizagem da língua inglesa contribui para a inserção dos sujeitos no mundo globalizado, inclusive no que concerne ao mundo do trabalho.

2. Comunicar-se na língua inglesa, por meio do uso variado de linguagens em mídias impressas ou digitais, reconhecendo-a como ferramenta de acesso ao conhecimento, de ampliação das perspectivas e de possibilidades para a compreensão dos valores e interesses de outras culturas e para o exercício do protagonismo social.

3. Identificar similaridades e diferenças entre a língua inglesa e a língua materna/outras línguas, articulando-as a aspectos sociais, culturais e identitários, em uma relação intrínseca entre língua, cultura e identidade.

4. Elaborar repertórios linguístico-discursivos da língua inglesa, usados em diferentes países e por grupos sociais distintos em um mesmo país, de modo a reconhecer a diversidade linguística como direito e valorizar os usos heterogêneos, híbridos e multimodais emergentes nas sociedades contemporâneas.

5. Utilizar novas tecnologias, com novas linguagens e modos de interação, para pesquisar, selecionar, compartilhar, posicionar-se e produzir sentidos em práticas de letramento na língua inglesa, de forma ética, crítica e responsável.

6. Conhecer diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos na língua inglesa, com vistas ao exercício da fruição e da ampliação de perspectivas no contato com diferentes manifestações, artístico-cultural.

“Essas competências orientam um trabalho que envolve camadas mais profundas no desenvolvimento do ser humano, entendendo a língua como passaporte para o mundo e para a reflexão do eu, muito mais do que a simples decodificação”, ressalta a gerente pedagógica.

Ampliando oportunidades

Segundo Evelyn, as habilidades citadas e todo o trabalho envolvido no seu desenvolvimento trazem uma quebra de paradigma sobre o ensino de inglês no Brasil. “Cada vez mais, entendemos sobre a formação holística do aluno, reconhecendo a importância da formação integral durante a sua jornada escolar para prepará-los melhor para o mundo.”

Ela diz que, assim como o ensino de uma nova língua, as famílias têm procurado cada vez mais por soluções socioemocionais e de pensamento computacional, programação e resolução de problemas. “Entende-se que o desenvolvimento de competências socioemocionais não valorizado no passado está hoje tanto em evidência como o desenvolvimento de habilidades relacionadas às matérias regulares. É importante que o indivíduo reconheça o seu lugar no mundo e tenha contato com diferentes culturas e realidades”, finaliza.

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